domingo, 9 de agosto de 2015

Sobre o Dia dos Pais

Eu e meu pai, lá em 1973.

Achei perfeito o texto da minha xará Flavia Melissa!! Confiram!

Hoje é dia dos pais e eu quero comemorar os pais reais. Não aqueles da propaganda de margarina, nem dos filmes, nem do marketing fo "pai herói", que há muito eu aprendi que isso tudo só serve para nos afastar dos seres humanos normais.

Hoje eu quero comemorar a existência dos pais que erram. Dos pais que pecam. Dos pais que por mais que tentem, estão abaixo das expectativas de seus filhos. E que, mesmo assim, continuam tentando. Eu quero comemorar a existência dos pais que por mais que a vida siga e as distâncias se façam, estão sempre ali para seus filhos - a um telefonema de distância. Eu quero celebrar os pais que são frágeis e falhos, os que choram de noite escondido e que se sentem uns bostas porque acham que tinham que ser melhor do que são. Mas que não conseguem - porque são pais humanos e não criação de uma sociedade doente que urra por seres superiores perfeitos e intocáveis.

Eu tenho um pai humano. Um pai falho. Um pai que mete os pés pelas mãos de vez em quando e que se arrepende, mesmo que ele não confesse, porque também é um pai orgulhoso - e quem de nós não é? Eu tenho um pai que já foi meu pior inimigo, meu melhor amigo e que hoje é o que é: meu pai. A quem eu devo minha vida, a quem eu devo ser quem sou. E tudo o que eu conquistei em função disso.

Eu quero celebrar meu pai porque o meu pai é exatamente como o seu ou como qualquer outro: um ser humano de carne, osso, sangue e espírito, buscando fazer o melhor que pode (ainda que você ou eu às vezes pensemos que ele está pouco se lixando). Eu quero celebrar meu pai porque ele é o meu maior exemplo do que eu quero e também do que eu não quero ser. Eu quero celebrar o pai que tenho porque eu sei que eu o escolhi. Porque eu sei que ele me lapidou no meu melhor e no meu pior e que está ao meu lado mesmo quando eu não consigo enxergá-lo. Eu quero celebrar meu pai real, meu pai humano, meu pai vulnerável e sensível - porque ele me faz ser real, humana, vulnerável e sensível.

Me cansam os super heróis. Me cansam os seres humanos perfeitos. Me cansam aqueles que não erram - sua natureza sobrenatural não me serve.

Por isso eu te celebro, pai. Porque você é exatamente o pai que eu precisava ter.

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