Relato do parto

No sábado 07/02/2004 ao acordar percebi que estava começando a perder o tampão mucoso. Passei o dia em estado de alerta, mas nada aconteceu. Não saiu mais nenhuma secreção. À noite, dormi muito mal. Não tinha posição na cama que acomodasse o barrigão. Acho que já estava nos pródomos, tendo leves contrações e não tinha percebido. Na manhã de 08/02 fiquei no computador e tive algumas contrações. Não conseguia ficar sentada. Tinha que me levantar e andar. Mais tarde fomos almoçar na casa dos meus pais e passei o domingo bem, checando a calcinha toda hora, para ver se tinha mais tampão mucoso. A família toda já sabia que a hora da Luiza chegar estava se aproximando. À noite começaram as contrações. Mas os intervalos não eram regulares, não tinha uma freqüência certa, então achei melhor não fazer nada.

Minha mãe me ligou e perguntou como eu estava. Eu falei que estava tendo algumas contrações e ela questionou se eu já tinha avisado ao médico. Falei que ainda não eram intervalos regulares, que não precisava avisar o médico. De tanto ela insistir resolvi ligar para ele. Já eram mais ou menos 21:00 e eu só tinha marcado duas contrações com intervalos de 30 minutos. Ele falou que poderia não ser nada, apenas uma influência da lua cheia que tinha virado na sexta-feira. Que se eu tivesse entrando em trabalho de parto, poderia demorar muito, que eu aproveitasse para descansar. Continuamos a monitorar. Nesse meio tempo falei com a Ingrid (minha doula). Ela reforçou que eu poderia ligar a hora que fosse e que aproveitasse para descansar.

Os intervalos foram diminuindo e a duração das contrações aumentando. Eu não conseguia ficar deitada. Tinha que me levantar assim que a contração começava. Andar aliviava a dor. Fiquei de cócoras, sentei na bola suíça, entrei no chuveiro quente... Fiz tudo que tinha aprendido. E o Juvenil anotando os horários. Até que, finalmente, tínhamos uma contração a cada cinco minutos. Só que eu não tinha descansado nada. Ligamos para o médico que nos orientou a ir para a maternidade. Ligamos para a Ingrid e informamos que íamos nos arrumar e sair para a maternidade. Eram 04:00.

Nossas coisas já estavam arrumadas então não demoramos muito. Saímos de casa às 04:30. No carro liguei para os meus pais para avisar que estávamos indo para a Perinatal. As contrações continuavam a vir de cinco em cinco minutos. E doíam muito, pois eu estava sentada e não podia me levantar. Chegamos na Perinatal às 05:00. O médico já tinha ligado para lá e avisado que estávamos a caminho. Na recepção tive algumas contrações e comecei a ficar de cócoras. Acho que a recepcionista se assustou e me mandou direto para o quarto. Pediu que o Juvenil descesse depois para concluir a parte burocrática da internação.

Já no quarto, ligamos para a Ingrid que estava quase chegando. Assim que ela chegou uma enfermeira veio no quarto e perguntou se o médico tinha dado alguma orientação. Eu falei que ele pediu que nada fosse feito antes dele chegar. Apenas tiraram a minha pressão e mandaram eu vestir aquela camisola ridícula. Assim que a enfermeira saiu a Ingrid me falou que se eu quisesse poderia colocar a minha camisola, que além de muito mais bonita, não me deixava com a bunda de fora ;-). Meus pais chegaram logo depois. Ficamos os cinco no quarto. E as contrações continuavam. O médico chegou, me examinou e constatou que eu estava com dilatação de 3/4 centímetros. Aliás, o exame de toque é algo à parte. O médico tem que realizá-lo durante uma contração. Ficar deitada durante a contração já é mortal, com uma pessoa enfiando um dedo em você é horrível! Mas tem que ser feito assim...

O coração da Luiza foi monitorado também e estava tudo bem. Nisso o médico me avisou que me deixaria no quarto e voltaria mais tarde para fazer outro exame de toque e acompanhar a evolução da dilatação. Ele avisou aos meus pais que o trabalho de parto ainda ia demorar bastante, que a criança só deveria nascer lá para as 18:00. Minha mãe queria ir para a casa e meu pai não queira sair de perto de mim. Ficaram discutindo se iam embora ou não e acabaram optando por ficar.

Ficamos no quarto fazendo os exercícios para aliviar a dor e ajudar na dilatação. As massagens do Juvenil e da Ingrid eram maravilhosas. Eu tinha levado um óleo de arnica da Welleda que esquentava bem pele. Era ótimo. O chuveiro quente também era uma maravilha. O único problema era que o box era muito pequeno. Eu ficava de quatro no chão e água batia exatamente no lugar onde doía (lombar). Mas com o tempo, ficar parada na mesma posição era horrível. Então eu não agüentava muito tempo no chuveiro. Aí voltava para o quarto. Meus pais ficavam com pena de mim a cada contração. Tem até uma foto que a Ingrid tirou deles fazendo carinho em mim, mas na hora que a Ingrid foi bater a foto, veio uma contração e eu estou com uma cara de dor horrível. Eu tentei ao máximo descansar entre as contrações, mas não dava tempo...Assim que eu relaxava, vinha outra contração e eu tinha que me levantar.

O médico voltou e eu estava com quase cinco centímetros. Já eram quase 08 horas e o médico me avisou que teria que ir ao consultório, pois não tinha dado tempo de desmarcar as consultas. O consultório dele é no Humaitá, que é relativamente perto da Perinatal (que fica em Laranjeiras). Nessa hora meus pais tinham descido para tomar café e não ficaram sabendo que o médico iria se ausentar. Só que, quando o médico saiu do quarto encontrou com meus pais no corredor e contou a eles que iria ao consultório. Eu não comentei nada com meus pais, pois achei que eles iriam implicar com o médico e eles não me contaram nada, pois acharam que eu ficar preocupada em saber que o médico não estava no hospital. Enfim, todos sabiam que o médico tinha se ausentado, mas achavam que estavam "enganando" o outro...

Continuamos no quarto. A Ingrid tinha levado uma bola suíça e eu comecei a usá-la. Ficava de joelhos e me deitava por cima da bola. A Ingrid e o Juvenil se revezavam fazendo massagem na lombar. Eventualmente eu voltava para o chuveiro ou me sentava no vaso, o que aliviava muito as dores.

Até que eu já não estava mais agüentando de dor. Pedi ao Juvenil que ligasse para o celular do médico para saber se ele demoraria muito. Ele já estava a caminho e quando chegou na maternidade eu já estava com 7/8 centímetros. Nessa hora ele me perguntou se eu queria ir para a sala de parto e ficar na banheira. Era tudo o que eu queria! Já eram quase 11 horas e o médico saiu para preparar a sala. Nisso chega uma enfermeira e me manda vestir a camisola bunda-de-fora e me deitar em uma maca. Perguntei se eu não poderia ir com a minha camisola e ela disse que não. A Ingrid perguntou se eu poderia ir andando, e a enfermeira disse que, com a camisola do hospital não poderia. Enfim, não tive escolha, tive que ir com a camisola ridícula e deitada na maca. Antes de entrar no elevador, veio uma contração violenta e me contorci toda, tentando não fazer muito escândalo. Nessa hora, teve uma mulher (não sei se era médica ou enfermeira) que falou: "Nossa, essa mãe está com cara de dor". Se eu não fosse tão educada teria respondido a ela que, se estivesse andando, teria encontrado uma posição mais confortável e não estaria com aquela cara... Ai que ódio!

Chegando no centro cirúrgico me colocaram uma touca e uns sapatinhos ridículos. Uma mulher não queria deixar a Ingrid entrar. Falou para o médico: "Só um acompanhante doutor". O Xico retrucou dizendo que ela era instrumentadora dele e a mulher dizia: "Nós sabemos que não é... assim eu vou ter que relatar isso na ficha". Eu pensei: "Putz, será que vão barrar a Ingrid agora? Será que ela é tão azarada assim?". Mas o Xico foi enfático e disse: "E se ela fosse minha instrumentadora? Quer anotar na ficha? Então anota! Mas ela vai entrar!". Entrei na sala de parto, tirei a tal camisola, a touca e os sapatinhos e fui direto para a banheira. Até então ainda estava preocupada com a Ingrid, mas a o Xico me garantiu que ela e o Juvenil tinha ido vestir aquela roupa "linda" de centro cirúrgico e já estavam chegando. Só relaxei mesmo quando vi os dois lá dentro, ao meu lado!

A banheira é bem pequena, individual, mas com uma água quente MARAVILHOSA e tem hidromassagem. A hidromassagem pegava bem na lombar, o que aliviava bastante as dores. O Juvenil e a Ingrid ficaram sentados ao meu lado fazendo massagem em mim e me dando apoio. Nessa hora eu já tinha aprendido que tinha que deixar a dor vir para ela ir embora o quanto antes. Normalmente, a cada contração eu fechava os olhos e me contraía toda. O médico me falou que se eu fizesse isso estaria "prendendo" a dor no meu corpo. Falou para eu manter os olhos abertos e gritar para a dor passar logo. E era assim que eu fazia na banheira.

Por incrível que pareça, na banheira eu consegui relaxar bastante. Pensei muito nas mensagens da lista Parto Nosso, especialmente de uma que dizia que tínhamos que ser amigas da dor. Eu não conseguia isso. Era uma dor muito forte, mas não dava para ser amiga dela. Pensava também na Virgínia que teve um parto parecido com o meu, em como ela podia afirmar que não tinha sentido dor. Eu estava sentindo MUITA dor, de verdade.

Depois de quase 2 horas na banheira o médico veio e fez um toque comigo na banheira e viu que eu já estava com nove centímetros e avisou: "Está na hora de irmos para a cadeira". Tudo o que eu queria era ficar naquela banheira para sempre. Relutei muito, mas acabei saindo da banheira e fui para a cadeira de cócoras.

A cadeira da Perinatal é na verdade uma cama que inclina bastante. Tem uma barra de ferro para você se sustentar. A cada contração eu tinha que me projetar para frente e me sustentar na tal barra de ferro. Isso era exaustivo! O médico pedia para eu fazer força toda vez que estivesse de cócoras, mas eu estava fazendo força da forma errada. Fui me desgastando muito. Nessa altura do campeonato eu já estava em trabalho de parto há 16 horas e comecei a perder o controle sobre a situação. Eu gritava muito, a impressão que tinha é que a contração não ia embora nunca. Foi quando o médico me ofereceu a analgesia.

Ele conversou comigo e disse que meu colo do útero estava um pouco inchado devido ao longo trabalho de parto e que a analgesia ajudaria a dilatar esse último centímetro. Além disso, como eu estava descontrolada, sem forças, a analgesia ira me fazer relaxar e recuperar as forças. Ele foi enfático ao afirmar que precisaria muito da minha ajuda no final do trabalho de parto (expulsivo) e que, para isso, eu tinha que ter forças e estar relaxada.

Na hora fiquei muito divida. Eu queria muito um parto natural, mas ao mesmo tempo não conseguia ver de outra forma. Acabei aceitando e foi a melhor coisa que fiz. Para aplicar a peridural eu tinha que ficar deitada de lado, toda curvada. O problema era que, quando vinha uma contração eu não conseguia ficar assim. O anestesista pediu que eu avisasse quando viesse a contração. Na hora que ele estava enfiando a agulha, veio uma e não consegui ficar parada. A agulha escapou e teve que começar tudo de novo. A peridural foi aplicada e, na mesma hora comecei a relaxar. Nessa hora a Ingrid sumiu da sala. O médico disse que ela tinha ido comer alguma coisa. Daqui a pouco eu percebo que o Juvenil também sumiu. Me falaram que ele também tinha ido lanchar. Depois eu soube que os dois quase desmaiaram com a tal agulha entrando e saindo da minha coluna. Depois disso, toda a equipe médica saiu da sala, a luz foi apagada e só ficamos eu, Juvenil e Ingrid. O médico pediu que quando eu começasse a sentir as dores das contrações novamente era a hora de continuar com o trabalho de parto. Ficamos quase uma hora (talvez até mais) relaxando. Eu não deixei de sentir as contrações, mas elas vinham lá longe e quase não doíam. Eu nem precisava mudar de posição. Juvenil aproveitou e deu uma boa cochilada nessa hora. Eu e Ingrid ficamos batendo o maior papo.

Até que as contrações voltaram a dor com força total. A equipe médica voltou para a sala e eu voltei a ficar de cócoras a cada contração. Como a dilatação não tinha evoluído, o médico optou por romper a bolsa d'água artificialmente. Com a minha autorização isso foi feito. O líquido estava claro, o que era um bom sinal. Só que, infelizmente, a dilatação não progrediu. O médico teve que dilatar esse último centímetro na mão. Nessa hora eu já estava vendo estrelas. Eu berrava sem parar. Doía muito! Eu me lembro da Ingrid dizendo que já estava vendo a cabecinha da Luiza, que eu não desistisse, que fosse forte etc e tal. Mas eu estava mesmo descontrolada. Berrava muito.

Foi quando o médico avisou que teria que fazer uma infiltração. Ele falou assim: "Vou ter que fazer uma infiltração... você sabe o que é, né? Tudo bem?" Eu sabia que era a episiotomia. Naquela hora, se ele me dissesse que teria que fazer uma cesárea, eu teria dito que sim. Foi aplicada anestesia local e foi feita a episio. Mais alguns empurrões e finalmente a Luiza começou a coroar. As luzes foram apagadas e, finalmente, ela nasceu às 16:06 do dia 09 de fevereiro de 2004.

Ela foi literalmente cuspida. Quando olhei para baixo e vi que ela estava ali, não acreditava que aquele bebê enorme tinha saído de dentro de mim. O Juvenil chorava e na mesma hora ela foi colocada no meu colo, com o cordão ainda pulsando. Ela chorava bastante. Ofereci meu seio a ela, mas ela não quis mamar. O pediatra veio e falou que o mais importante era criar o vínculo, se ela não quisesse mamar, não tinha problema. Fiquei acarinhando ela no meu colo, toda sujinha, enroladinha naquele pano verde. Até que ela parou de chorar. Nessa hora o médico colocou uma espécie de grampo no cordão. Eu e a Ingrid falamos na mesma hora: "É o pai que vai cortar!". Aí o Juvenil veio e cortou o cordão, com ela ainda no meu colo.







Eu acho que ela ficou no meu colo por uns quinze minutos depois que nasceu. A placenta saiu sem problema nenhum. Tive mais uma contraçãozinha (que não foi nada perto da dor do expulsivo) e a placenta saiu. A Luiza foi para o colo do Juvenil que levou ela para o berçário com o pediatra.





No berçário ela foi limpa (não chegou a ser um banho, apenas uma higiene para tirar o sangue), pesada, medida e vestida (3,670kg e 52,5cm). Foi aplicada também a vitamina K. O próprio pediatra que aplicou e, segundo o Juvenil, ela nem chorou. O Juvenil queria levar ela com ele, mas disseram que só quando eu fosse para o quarto ela poderia sair do berçário.





Nessa hora eu estava sendo costurada. A Ingrid ficou comigo o tempo todo. Eu me lembro de ter perguntado ao médico que tipo de episio ele tinha feito, a mediana ou a lateral. Nisso o anestesista perguntou em que universidade eu tinha feito medicina. Respondi que tinha sido na Universidade das Amigas do Parto. E o Xico me falou que tinha feito uma mistura das duas episios.

O pediatra (Dr. Ricardo Chaves) entrou na sala e veio me contar o peso e a altura da Luiza. Falou que estava tudo bem com ela, mas que o Juvenil estava muito preocupado, pois ela tinha ficado sozinha no berçário, mas que assim que eu fosse para o quarto ela seria levada para lá também. Achei muito fofo isso! Aliás, meu marido foi um fofo o tempo todo! `





Depois que terminei de levar os pontos me transferiram para uma maca para eu ir para o quarto. Eu perguntei ao médico se eu poderia tomar banho e ele falou que primeiro eu iria jantar e depois tomaria banho com a ajuda da enfermeira. Achei aquilo tudo um exagero, pois estava me sentindo ótima.

Fiquei ainda uns quinze minutos na maca a espera de alguém para me levar para o quarto. Quando cheguei no quarto meu pai estava lá todo feliz, dizendo que a Luiza era a minha cara. Aí começou a chegar toda a minha família. E a Luiza chegou também, linda de rosa choque e lacinho! Na hora ela veio para o meu colo e tiramos várias fotos. Tentei oferecer o seio novamente para ela, mas ela não quis.

Não deixei ninguém da família pegar ela no colo. Devia ter umas quinze pessoas no quarto! Fiquei depois com pena da minha mãe, mas se um pegasse, todos iam querer pegar também. Até que a família foi toda embora e ficamos sozinhos, os três no quarto. O Juvenil foi tomar banho e ofereci o seio novamente. Finalmente ela pegou! Fiquei tão feliz... Nesse momento eu tive a certeza que poderia amamentá-la como havia planejado.

Depois do jantar eu queria muito tomar banho. A enfermeira veio e disse para eu levantar com calma. Estava achando aquilo tudo um exagero. Quando me levantei e andei até o banheiro, tudo ficou preto e tive que me sentar correndo no vaso para não cair. Cheguei a desmaiar e acordei com o Juvenil e duas enfermeiras me olhando com cara de assustados. O Juvenil jogava água da geladeira no meu rosto. Tive que tomar banho sentada no vaso e voltar para o quarto com toda a calma do mundo.

Mais tarde resolvemos verificar a fralda da Luiza e ela estava suja. Eu estava na cama, quase sentada e o Juvenil resolveu fazer o serviço. No meio da troca ela começou a expelir o mecônio. O algodão que tínhamos no quarto não foi suficiente para limpá-la e o Juvenil teve que, literalmente, meter a mão na massa. Eu achei isso um barato, pois ele ficou todo orgulhoso que trocou a primeira fralda dela e que ela tinha feito cocô na mão dele... rs rs rs

No dia seguinte de manhã, quando quis fazer xixi, ao me levantar, fiquei tonta novamente e tive que usar a comadre. Devido a essas minhas tonturas, o médico achou melhor só me dar alta no dia seguinte (11/02). Mais tarde, quando fui tomar banho, fiquei tonta novamente e tive que ficar sentada em um banquinho dentro do box. Depois do banho, fiquei o resto do dia sentada na poltrona do quarto e isso ajudou a regular minha pressão.

Nesse dia recebemos muitas visitas e à noite a Luiza ficou bastante agitada. Não via a hora de irmos logo para casa. Finalmente, na quarta-feira consegui tomar banho sozinha em pé. Saímos do hospital após o almoço e viemos para nossa casa.


Pontos negativos:

  • Ausência de um plano de parto - eu cheguei a preparar, mas não apresentei para o médico. Iria apresentar na próxima consulta, que não chegou a acontecer.
  • Desgaste físico e analgesia - eu não consegui relaxar em casa, quando as contrações ainda estavam bem leves. Isso fez com que eu ficasse 19 horas em trabalho de parto sem dormir, comer ou descansar. Esse desgaste todo fez com que a oferta da analgesia fosse irresistível.
  • Episiotomia - como não tinha feito um plano de parto, o médico acabou tendo que fazê-la. Depois, na primeira consulta pós-parto, perguntei porque a episio teve que ser feita. Ele disse que o trabalho de parto já estava se estendendo demais e que sabia que a Luiza nasceria muito grande (pelas últimas ultras). A episio foi uma tentativa de abreviar o trabalho de parto e evitar que a Luiza entrasse em sofrimento.
Pontos positivos:
  • Juvenil - descobri que tenho o melhor marido do mundo. A gravidez e o parto fizeram com que eu admirasse ainda mais o marido que tenho e aumentaram o amor que sinto por ele (e eu pensava que isso fosse impossível).
  • Doula - o trabalho da Ingrid foi fundamental. É ótimo ter uma pessoa ao seu lado que entende da evolução do trabalho de parto, que sabe exatamente o que fazer para aliviar a dor e que, ainda por cima, é divertida e engraçada!
  • Leboyer - o nascimento da Luiza foi feito com o método Leboyer. Na hora que ela ia nascer, as luzes foram apagadas. A sala também não estava refrigerada (eu estava sentindo muito calor) e ela veio imediatamente para os meus braços. Depois, no berçário, soube que ela tinha um semblante de paz e tranqüilidade. Ao mesmo tempo, tinha um bebê que se matava de tanto chorar dentro da encubadeira.