sábado, 22 de novembro de 2008

Quando o filho faz xixi na cama

por Rosely Sayão

O número de pais que escreve solicitando orientação a respeito do que fazer com os filhos que fazem xixi na cama é grande. Vamos, então, conversar um pouco sobre tal assunto.

Os pais andam muito apressados ultimamente. Querem ensinar ao filho o controle de seus esfíncteres muito cedo, mas acontece que só depois dos 18 meses é que a criança tem condições de começar a aprender isso. É que o filhote da raça humana, diferentemente da maioria das outras raças, nasce precocemente por isso é preciso um tempo fora do útero para seu organismo finalizar o desenvolvimento do sistema neurofisiológico. É por isso que o bebê demora um pouco para sentar, engatinhar etc.

Se os pais forem desencanados nem precisarão ensinar muita coisa. Basta esperar o filho estar pronto que, então, ele mesmo pedirá para ir ao banheiro porque começa a sentir a vontade e observa atentamente os pais quando estes vão ao banheiro e, espontaneamente, deixará de fazer xixi na cama. Mas sabemos que os pais querem ensinar, então que tal ensinamento seja tranqüilo.

A primeira coisa é saber que nem toda criança aprende de uma vez e nunca mais volta a fazer na roupa ou na cama. É bem comum o fato de a criança que aprende a ir ao banheiro ou a pedir na hora de ir passar um longo período com total controle e, de repente, voltar a “deixar escapar”, principalmente à noite. Por isso, os pais não devem se alarmar: faz parte do desenvolvimento da criança isso que encaramos como “regressão”. Não se trata de um retorno, mas de uma pausa, somente isso.

Pressionar, premiar ou castigar, brigar etc. são atitudes que não ajudam. Ao contrário: atrapalham muito já que a criança não faz o que faz porque quer e sim porque não consegue controlar.

Quando a criança resiste a aprender, talvez esteja dizendo que ainda não está pronta para isso. Deixar para recomeçar um pouco mais tarde pode ser uma boa estratégia dos pais. Quando ela voltar a molhar as calças ou a cama, talvez o que mais funcione seja implicar a criança com a questão. Perguntar a ela como pensa que poderia dar certo, pedir para que ajude na troca da cama, da roupa etc. Não se trata de deixar a decisão nas mãos dela e sim de pedir que colabore, que se interesse pela resolução da questão que é dela.

Tudo isso pode acontecer até os quatro, cinco anos e é normal. Depois dessa idade, é bom consultar o pediatra para verificar se está tudo certo com a criança. Em geral está, mas não custa ter esse cuidado.

O que dá para perceber é que, quanto mais os pais se afligem com a questão, mais a criança sofre e se sente impotente para mudar. Por isso, ter toda tranquilidade e a paciência possível para enfrentar tais episódios é o mais recomendado.

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